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- ItemCaracterização geológica e geotecnica das unidades litológicas da cidade da Praia (Santiago, Cabo Verde)(2012) Vitória, SóniaEste trabalho produz uma avaliação das características geológicas e geotécnicas de um território da ilha de Santiago, Cabo Verde, incidindo sobre a cidade da Praia e a área envolvente. Os objectivos principais do trabalho são a representação cartográfica das unidades litológicas, com uma proposta de coluna litológica sintética, a correlação com as unidades geológicas definidas por outros autores, bem como a realização de um conjunto de ensaios in situ e análises laboratoriais visando a caracterização dos parâmetros físicos e mecânicos das diferentes unidades litológicas definidas para a área em estudo. É efectuada uma compilação sobre as principais investigações geológicas realizadas em Cabo Verde, desde o séc. XIX até a actualidade, assim como a descrição das características geológicas da ilha de Santiago e dos principais processos de formação e evolução das formas de relevo e dos recursos naturais (hídricos e solos). A pesquisa incluiu uma revisão dos conceitos descritivos de caracterização dos vulcanitos e vulcanoclastitos presentes e compreendeu a redefinição das unidades litológicas da região, a respectiva representação cartográfica na escala 1: 10.000 (com maior detalhe do que a informação pré-existente) e o levantamento de campo dos principais alinhamentos estruturais. São igualmente apresentados os resultados do tratamento das bandas espectrais de imagens de satélite que suportam a definição das unidades litológicas, bem como dos principais alinhamentos tectónicos que afectam as unidades da área de estudo. Para a caracterização das diferentes unidades litológicas com base nas propriedades in situ, recorreu-se a perfis-tipo, estabelecendo uma descrição das características mineralógicas, petrográficas, texturais e estruturais das materiais presentes. Os materiais foram igualmente ensaiados in situ e amostrados para uma caracterização laboratorial. Os resultados dos ensaios geotécnicos, geomecânicos, mineralógicos e de radioactividade natural permitiram refinar a cartografia proposta e estabelecer parâmetros de comportamento para as 30 unidades litológicas consideradas, a partir de intervalos de valores não homogéneos, contudo representativos da variabilidade observada. Com base nestes resultados são apresentados valores indicativos de aptidão dos materiais, nomeadamente para fundações de edifícios, aterros, construção e potencial hidrogeológico.
- ItemHidroquímica e qualidade das águas subterrâneas da ilha de Santiago - Cabo Verde.(2009) de Pina , AntónioA ilha de Santiago, Cabo Verde é uma ilha de origem vulcânica, constituída basicamente por lavas e piroclastos, localizada no Oceano Atlântico ao lado da costa ocidental de África. A ilha é caracterizada por três unidades hidrogeológicas, sendo estas a Formação de Base (semi-confinada), a Formação Intermédia (freática) e a Formação Recente (freática), que apresentam características geológicas e comportamentos hidráulicos que as diferenciam, recebendo recarga directa e/ ou diferida por infiltração das águas de chuva e descarregam ao mar, na rede hidrográfica ou, ainda, em outros níveis aquíferos subjacentes, desde que induzidos por gradientes hidráulicos favoráveis. O clima de Santiago é árido a semi-árido, com precipitações muito escassas e irregulares, condicionadas na sua distribuição pela altitude, ventos e orientação das vertentes, dando por vezes origem a períodos de seca prolongados. Em anos de ‘boa’ chuva, as precipitações propiciam a existência temporária de recursos hídricos superficiais e a recarga dos recursos de água subterrânea. Foi realizado um estudo hidrogeoquímico detalhado da ilha que incluiu a recolha de amostras em 133 pontos de água, entre furos, poços e nascentes. A composição química das águas analisadas na ilha de Santiago apresenta significativas variações em função da geologia e do tempo de residência. Na ausência de episódios de contaminação, as águas subterrâneas têm uma composição do tipo bicarbonatada-sódica (HCO3-Na) nas zonas mais altas da ilha, onde afloram as formações da Unidade Aquífera Intermédia. Nas zonas mais próximas da costa ocorrem águas de composição cloretada-magnesiana (Cl-Mg) ou cloretada-sódica (Cl-Na). Estas últimas predominam nas partes terminais das ribeiras, onde afloram materiais de elevada permeabilidade, e o excesso de bombagem para irrigação tem conduzido a um avanço da cunha de intrusão marinha. A ocorrência da fácies Cl-Na é neste caso o resultado de processos de intercâmbio catiónico que ocorrem durante o processo de intrusão e é concordante com os elevados teores de cloretos e de condutividade eléctrica observados. Os resultados das análises de isótopos estáveis de oxigénio-18 e deutério, realizadas em amostras recolhidas a distintas altitudes, revelam um gradiente negativo com a altitude, que já tinha sido verificado em outras ilhas com declives acentuados, permitindo assim determinar altitudes de recarga de água subterrânea. Os estudos hidrogeoquímicos até agora realizados permitiram caracterizar os principais níveis aquíferos da ilha de Santiago, colocando em evidência a limitada recarga do aquífero e o risco de gradual degradação dos recursos de água subterrânea por fenómenos de intrusão salina e contaminação agrícola. Estes resultados revelam a importância da gestão integrada da qualidade e quantidade dos parcos recursos de água subterrânea na ilha de Santiago.
- ItemRiscos ambientais urbanos e sua percepção na cidade da Praia (Cabo Verde)(2016) Monteiro , SÍlviaO tema que propomos desenvolver nesta investigação é “Riscos ambientais urbanos e a sua percepção na Cidade da Praia (Cabo Verde)” e com ele pretendemos abordar aspectos do território que têm a ver com os processos perigosos, as vulnerabilidades existentes e a percepção que as populações residentes nas áreas de risco da Cidade da Praia e os técnicos possuem acerca dos riscos a que estão maioritariamente sujeitas. Pretende-se um estudo interdisciplinar, tentando compreender a relação do Ser Humano com a natureza naquele território. Assim, tentaremos compreender alguns aspectos físicos/naturais do território, a par das dinâmicas demográfica, económica, social e cultural, o que nos remete para várias áreas do conhecimento científico, dando ênfase ao estudo da percepção dos riscos na Cidade da Praia. O estudo sobre riscos ambientais tem despertado o interesse da comunidade académica, da sociedade e dos decisores em Cabo Verde, ainda que este tema necessite de um maior e melhor aprofundamento. Neste sentido, este estudo poderá contribuir para um melhor conhecimento dos riscos urbanos e apoiar nas decisões e nas políticas públicas de gestão de riscos. A falta de um melhor planejamento, entre outras razões, para responder à grande demanda demográfica por habitação, tem levado a um grande aumento de construções informais e à proliferação de bairros espontâneos e degradados, em áreas consideradas de risco. É justamente nestas áreas que a frequência da manifestação dos riscos ambientais considerados (cheias, inundações e movimentos de massa) é maior, assim como a exposição, verificando uma elevada vulnerabilidade socio-ambiental. A metodologia utilizada, qualitativa e quantitativa, incidiu sobre pesquisa bibliográfica e documental sobre a temática e sobre a área de estudo (estado da arte), para além da análise de dados cartográficos, estatísticos, questionários e entrevistas. A partir do estudo da percepção do risco pela população residentes nas áreas consideradas de risco, verificou-se que essa população possui uma forte consciência dos riscos a que está sujeita e em função da sua experiência, a partir da convivência com as frequentes crises, tem desenvolvido uma boa cultura de risco, com ajustamentos que servem de prevenção/proteção. Verificou-se uma aproximação da visão técnica com a visão dos residentes das áreas de risco, acerca da temática dos riscos. Apesar de medidas já implementadas pelas autoridades, para a mitigação dos riscos ambientais urbanos, há necessidade de as reforçar, de modo a aumentar a capacidade de resistência e a capacidade de resiliência da população, no sentido de diminuição da vulnerabilidade e consequentemente dos riscos, intrínsecos ao território em estudo.